sexta-feira, 25 de março de 2011

Cruzeiro Stella Australis- Dia 6 - O camareiro


Acordei sem nenhum enjôo, mas morta de sono. Café da manhã espetacular.
Colocamos as roupas impermeáveis e fomos pro salão nos preparar pro passeio. Conhecemos um guia filho de alemão, nascido no Chile e que fala português, Cristobal, um figura!!! Conhecemos também um casal de portugueses, Silvia e Gonçalo que coincidentemente havíamos cruzado no último almoço de Punta Arenas, e o grupo foi se formando por conta dos idiomas que o guia falava e também por faixa etária os abaixo de quarenta anos... um casal de mexicanos, um alemão e um argentino...
Vestimos os coletes salva-vidas, embarcamos no bote e seguimos para uma Trilha na Terra do Fogo. Muito bonito. Caminhada super light. Nos divertimos muito. Todo o grupo tem senso de humor... A terra do fogo tem parte no Chile e parte na Argentina que segundo o guia, é o lado escuro... rolamos de rir. Percebemos então que a mesma rivalidade entre brasileiros e argentinos, existe entre chilenos e argentinos. Mais ou menos como se a Argentina fosse o Corinthians da América do Sul, quem não é Corinthiano, se une pra torcer contra...
Almoço e um novo passeio que contornava uma ilha com alguns elefantes marinhos e uma colônia de Pinguins... como já disse aqui, eles me encantam.
Voltamos pro navio, tiramos as roupas de trecking molhadas.
O Cleber pendurou minhas calças no varão das cortinas transformando a cabine numa vila e como havia um bom tempo até o jantarm resolvemos namorar um pouco. E lá estávamos nós, pelados, ambos de frente pra janela, no maior pega pega quando ouvimos uma batidinha na porta. Pensei que fosse Silvia, pedindo um antialérgico e claro, não paramos. Minutos depois, outra batida na porta, bem suave, e novamente, não respondemos nem paramos. A porta abriu com tudo e lá estava o camareiro, com dois pés dentro do quarto!!! O Cleber gritando "- Ow, ow, ow!!!" E eu que não sabia se tinha um ataque de riso ou me concetrava pra poder continuar de onde paramos, o melhor que consegui fazer foi cbrir a cabeça já que a bunda não adiantava mais... Que cena!!!
Imaginem, o cara passar oito meses no mar, num navio de velhinhos e ver uma cena dessas... surpreendente!!!
Depois disso, cada vez que encontrávamos um camareiro no corredor eles sorriam com cara de "Eu sei o que você fez no verão passado" e diziam "Buenas Noches" levantando as sobrancelhas...
No jantar, dividimos a mesa com o casal de portugueses e ainda bem, s Silvia é tão desencanada quanto eu. Foi muito divertido.
O guia nos convidou para desfilar as roupas da lojinha do navio e por não saber dizer não acabamos aceitando pagar o mico. E como pra gente tudo acaba em palhaçada, depois do desfile participamos das rodadas de bingo ( isso mesmo, bingo! Navio de velhinhos!!) Onde Cristoban roubou na caruda para que nós ganhássemos os brindes.
E como uma coisa chama a outra e o bingo foi no bar do barco, enchemos o caco e falamos sobre nossos países, viagens e histórias...Coffee shop de Amsterdan, por que brasileiros fazem piadas de português, que para os portugueses, brasileiros tinham "talento" ou "tá lento no sentido literal da lerdeza, das experiências de Cristoban com as passageiras do navio, em sua grande maioria brasileiras e do serviço UAU!!! Ele dizia, que não era por mau, nem por galinhagem, mas que eles haviam recebido um treinamento motivacional que dizia que para surpreender as expectativas do cliente com o melhor tratamento possível e esse, era o Serviço UAU!!!
Prevalecem os ditados que "os gambás se cheiram" e que "nunca fiz amigos tomando café"...
Com tanta cachaça na cabeça, nem precisei do remédio pra não sentir o barco balançar...

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