quinta-feira, 28 de março de 2013

O olho do furacão


E outra vez, me olhou com àquele olhar de reprovação...
Que amarga, encolhe, tira o chão, remetendo à lugares onde eu não pretendia voltar.
E invadida pelo sua insanidade e pelas suas provocações baratas,
Perco o controle e reajo,
Tornando-me pior do que você, já que tenho consciência do que faço.
De volta ao olho do furacão, e algumas coisas que nunca mudarão
Cinismo, acidez, alfinetadas, discussão; mais mágoa...
E faço promessas que não saberei cumprir.
Não posso ser o braço forte e me sentir frágil
Não posso proteger um e não expor o outro
E por mais que eu me engane, não posso tentar apagar tudo àquilo que está aqui, preso em minha garganta
Pronto para sair, pra relembrar, a qualquer momento.
Eu não lembrava, mas estava tudo ali...
E o que mais me espanta, é a hipocrisia,
E ao mesmo tempo a semelhança entre nós.
Eu queria saber se faz tudo isso consciente, e discutir até esgotarmos nossas palavras;
Ou saber se você está doente, e então poder te ajudar...
Pra poder me ajudar, e ajudar todos nós.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Rodopiando


Num ritual antigo quase automático, escolheu o vestido preto, nem tão colado, mas com muito brilho e sandálias azul claro que não machucavam os pés e deixavam as unhas vermelhas de fora.
Secou rapidamente os cabelos, rezando para que não chovesse. Pintou o rosto. Delineador preto, batom vermelho e muito rímel.
E assim, saiu na companhia de sua melhor amiga; precisava disso.
Tanto havia passado e ao mesmo tempo nenhum.
E elas estavam lá, no mesmo lugar, agora repaginado, rainhas da noite.
Liam o pensamento uma da outra, dotadas de uma energia que encanta, cativa e ao mesmo tempo incomoda.
Um poder misterioso, quase que descontrolado.
Aos poucos perderam- se na balada... muita gente, muito quente, muita música! Boa música!
Fez um coque no cabelo por causa do calor e com um copo de whisky na mão perdeu-se na pista. Dançou até que os pés adormecessem, avistou fantasmas, mas também conversou com anjos.
Dançou mais, bebeu mais uma dose. Riu de si mesma. Dançou consigo.
Olhou pára os lados, conhecia a todos, mas não conversava com ninguém. Curtia o som, sozinha!
Rodava na pista, na mesma velocidade de seus pensamentos.
Ela estava ali... tão livre, que conseguia respirar e reorganizar as idéias.
Ela tinha o coração leve, os olhos fechados e o corpo solto.
Abriu os olhos e deu de cara com o olhar já descontrolado de sua melhor amiga, que ria sem parar encostada no balcão do bar a espera de um momento sublime.
Elas se aproximaram e deram as mãos. Começaram a rodopiar como se fossem crianças e a gargalhar de um modo contagiante.Juntas, podiam voar.
Rodopiaram com tanta velocidade que voltaram no tempo, num lugar só delas, onde ficar triste não era permitido...
E estão lá, até agora, gargalhando e rodopiando, com as cabeças jogadas para trás, o vento nos cabelos, sentindo a energia sublime da verdadeira amizade.


Para Luciana Bicineri.

quinta-feira, 7 de março de 2013

"O impossível é só questão de opinião"

"Mas pra quem tem pensamento forte, o impossível é só questão de opinião... E disso os loucos sabem... Só os loucos sabem." Chorão - Charlie Brown Jr.


terça-feira, 5 de março de 2013

Sobre a loucura e a riqueza da imaginação



"A loucura é diagnosticada pelos sãos, que não se submetem a diagnóstico. Há um limite em que a razão deixa de ser razão, e a loucura ainda é razoável. Somos lúcidos na medida em que perdemos a riqueza da imaginação."


(Carlos Drummond de Andrade)