quarta-feira, 18 de julho de 2012

"Não que eu não acredite em maldade, só prefiro não passá-la adiante"

"Eu engulo a seco tantas notícias, que ficam entaladas em minha garganta, mas prefiro fechar os olhos e lembrar um pouco de coisas que acrescentam. Durante todo tempo tanta maldade me cerca, mas prefiro que das minhas mãos só saiam auxílios. Sei que é impossível, por isso, não tenho a ilusão de apagar tudo que há de errado no mundo, mas tenho sim, a intenção de transmitir tudo o que há de bom em mim. Não é fácil, mas todos os dias tento renunciar meu lado impuro e embora essa atitude não traga um mundo melhor, aqui dentro já faz uma diferença danada."


Fernanda Gaona, mas eu queria ter escrito...

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A Víbora

Caminha em minha direção lentamente, com suas pernas tortas e como um anjo que caiu do céu, de cara. Sorri pra mim; amassada, sonsa e inocente, exibindo timidamente seus dentes amarelos. Disfarça sua intenção e quase posso ouvir seu chocalho de cascavel, mas ela o enfia no meio das pernas e sacode seus cabelos oxigenados em reflexo ao rabo...não percebo.
Aproxima mais... finge-se de vítima e conta uma história triste, como alguém que clama por ajuda. Sem pestanejar, estendo-lhe a mão, o braço...e abro meu coração.
Converso por horas, levantando a auto estima, ignorando qualquer defeito...a intenção é ajudá-la a alcançar seu objetivo. Afinal, acredito que ela é boa, competente, inocente...
Ela sorri e agradece com um abraço.
Pelas minhas costas destila seu veneno com a língua afiada que fere como um punhal... sem dó, assiste de camarote.
Demoro para entender o feito. Apenas sinto a dor das punhaladas... colho os frutos podres através de terceiros.
Continua sorrindo. Como se eu fosse algum tipo de verme inútil e acéfalo. Apenas a observo passar e sorrir.
Ela não sabe que eu sei quem ela é... seu chocalho continua escondido em seu rabo quando passa por mim... mas a diferença hoje é que eu sei que ele está lá.
E ainda que eu quisesse exterminá-la, arrancando-lhe a cabeça, como se mata um animal peçonhento desta natureza, retribuo o sorriso e me calo diante de sua ignorância. Merece permanecer assim, chucra, peçonhenta, escrava da sua metodologia retrógrada.
Esse o segredo do meu sucesso! É isso que me torna diferente, forte.
E não importa se eu tropecei porque estava envenenada. Importa a essência, o talento.
O tempo revela que sucesso é pra quem é honesto, guerreiro e trabalhador, e também traz a tona a verdade. Porque quem consegue mérito derrubando alguém, alcança posições temporárias...
Se hoje, novamente ela me perguntasse o segredo do sucesso, como eu havia chegado aonde cheguei, eu não a direcionaria. Apenas diria que o segredo é ter talento maior que a língua!
Mas vai explicar isso pra uma cobra!!!!