quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Envenenada...


De todos os venenos destilados sobre mim,
Não houve mais mortal
Entrou arranhando a garganta
Invadindo meu estômago como uma onda,
Em dia de maré brava
Fez um barulho tão alto
Que entupiu meus ouvidos
Transbordou meus olhos
Acelerou meu coração
Que de tão rápido, quase parou...
Manteve apenas o suficiente
Pra continuar doendo...

"Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente."


Caderno de notas

É que eu tenho um caderninho de notas;
Onde transcrevo meus pensamentos.
Eu carrego um caderno de notas;
E hoje, eu escrevo você.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Citando Rui Barbosa



"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os
poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a
rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

(Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86).

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

SOBRE A MESA



Se você não tem pudores, tem senso de humor, e anda precisando rir...

Só o tempo...


De tão recente, não sai da minha cabeça...amargando, perturbando...
Ficam as imagens como um déjà vu, indo e vindo, a todo momento, impedindo que fique tudo bem.
Acho que só o tempo pode acalmar e trazer paz, sabedoria e algum proveito de tudo isso.
Preciso me render à ele.

sábado, 15 de setembro de 2012

Doença da alma


Não é que eu me sentia triste
Só não me sentia mais eu
Uma vontade de fazer nada
Que dominava qualquer outra dentro de mim
Um zunido no meu ouvido
Que distorcia a verdade
Tontura...
Não conseguia mais ficar em pé
Nem reagir
Do sono durante o dia
Nem da falta dele na hora de dormir
Eu não tinha problemas reais
Mas minha alma estava doente
E eu não sabia como pedir ajuda,
Nem porque pedir...
O tempo todo
Enganava a mim mesma
À espera do dia seguinte
De um dia melhor
Que não chegava
Atrasado...
Por mim e pelos problemas da minha cabeça...
Eu estava doente;
Não me sentia mais eu.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pure Poison


E enquanto ele vomitava sorrindo todo seu veneno, eu já não estava mais ali...
Não assimilava mais nada... queria evaporar, desaparecer, desmaterializar.
Concluiu me elogiando, dizendo que queria continuar sendo meu amigo e me pediu um abraço.
Abraço esse, que ele não merecia...mas eu recebi; com o corpo vazio, estático e de sorriso amarelo...
Porque há muito, eu não estava mais ali...

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Amanhã é segunda-feira...


Deitou de bruços na cama
E não conseguiu esconder o choro, como de costume
Seus olhos transbordaram em lágrimas,
Quase que involuntário
Ele que há muito não a via chorar
Olhou espantado e perguntou:
"-O que foi? O que eu fiz?"
O que desencadeou o choro mais profundo
Há muito entalado na garganta...
E soluçou:
"-Nada... só que amanhã é segunda-feira!"
Pensando no que a esperava no dia seguinte...
No trabalho e na pressão que não suportava mais.
Na falta de preparo de alguns,
No excesso de arrogância de outros.
Chorou e orou...
Pedindo que acontecesse o melhor
Repetiu até se acalmar, cansar e dormir...


Esta história é real, e aconteceu há três semanas, nesse meio tempo eu fui ao psquiatra, à psicóloga, à terapia alternativa... fiz constelação familiar, massagem ayurvédica... tomei Prozac... melhorei a auto-estima,levantei a poeira, reverti um cancelamento, bati a meta, fui demitida e estou numa crise de stress regada à labirintite e como amanhã é segunda-feira, resolvi escrever, já que nos últimos domingos eu não tive forças.
Termino com a frase de Caetano "é impressionante a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer..."