domingo, 11 de julho de 2010

O Resgate da Calopsita Bowie


Quinta-feira, véspera de feriado, e eu ainda gripada e remelenta agendei dois clientes pra visitar no interior de SP. Um em Sorocaba e outro em Pirassununga, ao lado da casa da sogra, em Leme.
Assim decidi passar o final de semana visitando a família, e por isso fui pras minhas visitas acompanhada do marido e da gaiola com as calopsitas... Família buscapé em peso...
O plano era visitar o cliente de Sorocaba, passar na casa da sogra, deixar a gaiola, almoçar rapidinho e ir pra Pirassununga.
Primeira visita realizada, chegamos exatamente na hora do almoço com uma hora pra almoçar e seguir viagem. Bem, nenhuma cidade é tão calma que eu não possa agitá-la.
O Reme foi colocar água e comida na gaiola e deixou a portinha aberta, e é claro Bowie, saiu voando... eu ainda estava descarregando o carro e acompanhei a fuga da calopsita maluca em camera lenta, como se estivesse rindo da minha cara. Eu comecei a gritar!!!
“- Ai o Bowie!!! Ai o Bowie...foi embora, abre o portão!!!”
Ele passou voando entre as cercas elétricas e escapou de virar churrasco, eu de roupa social, tirei o scarpin e saí gritando e correndo atrás do passarinho pelo bairro...
Claro, ele pousou numa árvore na casa do vizinho que meus sogros tiveram uma pequena desavença, e cria uns doze gatos. Esguelei a campainha gritando:
“- Abre, meu passarinho taí, e tem um monte de gatos!!! Abre, abre logo!”
Abriu um carinha de boa vontade, com um cabelinho compridinho estilo Mogi o menino lobo, na modalidade tem pai que é cego, e logo achei o passarinho ( porque ele piava loucamente na árvore!!!). Ah!!! Os gatos também acharam pareciam onças subindo nas árvores pra almoçar meu passarinho enquanto o Reme procurava uma escada, mais perdido que cego em tiroteio, eu eu gritava pro menino lobo:
“- Ai o gato!!! O Gato!!! Faz alguma coisa!!!” E ele na maior calma, ligou a mangueira e começou a espantar os gatos; que ficaram de longe, esperando uma falha.
Quando chegamos perto com a escada ele saiu voando e piando, e eu atrás.
Bom a este momento, já estavam no evento, o Reme, eu, a sogra, o sogro, o vizinho surdo, Mogli e o guarda do bairro.
E pra potencializara lei de Murphy, ele pousou sobre os fios de alta tensão. Trouxemos a gaiola com a outra calopsita pra ver se ele descia, e nada.
Orei, chamei, rezei, pedi pra São Longuinho, e nada...
O guarda sugeriu:
“- Liga pro Bombeiro!”
E eu, num ato de desespero, liguei.
“- Bombeiros, boa tarde!”
“- Cara, nunca achei que faria isso, sei que vocês são super ocupados, só que preciso de uma ajuda.
“- Hum!?”
“- Meu passarinho fugiu, está no fio ao lado do poste e não consigo pegar porque não tenho escada à altura! Você pode me ajudar?!”
“-Ahhhh Dona, não posso! To em horário de almoço, e não vou arriscar a vida de um bombeiro pra tirar um passarinho do fio. Liga pra sociedade protetora dos animais!”
Cheia de ódio respondi:
”- Então porque na televisão passam bombeiros salvando gatos das árvores?”
E ele respondeu:
“- Aqui em Leme nóis num salva não.”
Desliguei e ainda muito puta pensava em uma solução.
Meu sogro se ofereceu para derrubá-lo com um estilingue. Levou bronca é claro, e começou a ajudar, pegando o limpador de piscina que tinha um cabo imenso... ( e o tempo passando e minha reunião da tarde chegando!)
Esqueci de comentar que tudo isso na frente da casa de um vizinho velho e surdo no fim do quarteirão.
Quando chegamos perto com a redinha de limpar a piscina, ele voou pruma árvore um pouco mais baixa.
Virei pro vizinho que assistia tudo do portão e disse;
“- O Sr. tem uma cadeira pra ajudar a alcançar?”
Ele olhou bem pra minha cara e disse:
“- Tenho.” E não saiu do lugar.
Nisso o guarda veio com a moto pro Reme subir e pegar o passarinho, que voou de novo e foi pra casa de outra vizinha que cria dois boxers tão sinistros que parecem os cachorros do filme Resident Evil.
Começou a gritaria de novo:
Eu e campainha:
“- Socorro! Prende o cachorro!!! Meu passarinho tá aí!!! SOCORRO!!! Abre, abre!!!”
Uma senhorinha abriu um pouquinho a porta pra ver quem era e eu insana empurrei e entrei falando o que estava acontecendo.
A neta adolescente da senhorinha prendeu os cachorros, o menino pegou uma escada e eu fui chamar o Reme pra subir...porque o passarinho estava muito alto na Mangueira, e sou muito pata choca.
O Reme subiu e eu fiquei igual uma palhaça de circo segurando a escada mega bamba, enquanto a dona da casa dizia:
“-Vai ficar doente com este pé no chão!
Ele pôs o dedo, o Bowie subiu, e bicou o dedo dele, arrancando um teco. Bravamente segurou o passarinho pelo rabo e entregou na minha mão, que comecei a rir e a chorar ao mesmo tempo, enquanto o passarinho me dava bicadinhas que significam beijos.
A Senhorinha também chorou!!!
Voltamos pra casa aliviados...
Quando perguntei pro Reme porque deixou a gaiola aberta ele respondeu:
“- Como eu ia adivinhar que ele ia voar?”
Comecei a rir... será que é porque tem asas?
Cheguei um pouco atrasada na outra reunião, comprei flores pra agradecer os vizinhos mega prestativos.
E Bowie está a salvo dos perigos do Lost. Que sufoco!!!

9 comentários:

  1. Nossssaaaaaaaaaa que peripécia MUITO LOUCA amiga.

    Me fizeste lembrar a pitoresca história da minha amiga Maura. A Maura tem um cachorrinho poodle cujo nome é Fofão. Acontece que o Fofão -segunda a Maura é muito atentado- adora brincadeiras, corre pra caramba por todos os lados, e quer sempre chamar atenção de tudo e todos.

    Um dia a Maura disse que iria dar o fofão por não aguentar mais ele, e foi a notícia por todos os lados... Quem iria ficar com o Fofão? Eu mesmo lhe disse que havia um pessoal que adoraria adotá-lo por ter canil.

    Entretanto, eu imagino que o próprio Fofão deve ter escutado através de algum canto de sua orelha que a Maura estava desprezando-o, e talvez por isso, sentindo-se rejeitado, mal amado, ou quem sabe até frustrado, deu linha...

    Isso mesmo, o Fofão fugiu...

    A minha esposa estava abrindo o portão da casa da Maura e esse lindo cachorrinho deprimido criou forças, e saiu correndo emk linha reta como se fosse uma bala de fuzil AR-15, rumo ao desconhecido...

    Passado algum tempo nós conversavamos e sempre dizia pra Maura: Maura não se preocupe, porque o Fofão é de raça e bonitinho, alguém deve estar cuidando dele com carinho, pode ter certeza disso...

    Fato é, que passaram-se uns dois ou três meses, até que a minha esposa passando a pé na frente de um portão de uma casa reconheceu o Fofão. Podaram o Fofão, deram-lhe ropinhas novas, lustraram-lhe as unhas, mas mesmo assim era sem sobra de dúvida o Fofão.

    A minha esposa avisou a Maura, que juntou-se com a loira, mais duas amigas, junto com a minha esposa e foram buscar o Fofão. No inicío a Maura foi sozinha para certificar-se se procedia a informação, e após constatado a veracidade do fato, foi a comissão toda.

    Diante daquilo tudo a nova dona não teve opção e entregou o Fofão com dó no coração... Seguiu-se uma comissão de gente, a prima da nova dona, o sogro, a mãe, até uma vizinha... Foram todos para a casa da Maura juntamente com o Fofão.

    Quando chegaram eu estava parado no portão da casa da Maura e tive oportunidade de ver toda aquela comitiva... Foi nesse momento que eu não acreditei no que estava ouvindo dito pela boca da nova dona do Fofão ou ex-dona agora:

    "Eu me apeguei muito a esse cachorrinho, dava-lhe banho sempre, beijava-o sempre, e ele dormia na minha cama, comigo debaixo do edredon. Eu não sei como vai ficar a minha vida sem ele doravante."

    Agora, olha só amiga... presta atenção nessa novela... Antes, o Fofão mal amado, repudiado, desprezado, quem sabe até deprimido, criou forças e deu linha em busca de sua felicidade... percorreu caminhos insólitos, desconhecidos, e finalmente achou o amor verdadeiro, era um grande rei na cama da mulher...

    Fiquei sabendo que num desses dias a nova ou ex-dona bateu na casa da Maura pedindo-lhe o Fofão emprestado para passar a noite com ela, e a Maura disse-lhe que não iria emprestar-lo para que o Fofão não se apegasse a ela. Ofereceu-lhe até um filhote filho do Fofão, mas a ex-dona não quis.

    Agora a coisa está no seguinte pé: Toda vez que a Maura abre o portão da sua casa olha primeiro para esquerda, e depois para a direita, com medo do Fofão ser sequestrado.

    Eu não sei bem não amiga...
    Mas, acho que essa história
    ainda vai dar uma boa novela.

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  2. Aninha, Leme nunca mais será a mesma depois da passagem da FAMILIA BUSCAPE por lá. Eu conheço Leme e sei o quanto é pacata a cidade! Graças a Deus vocês estão todos salvos dos gatos, cachorros e fios de alta tensão da cidade. Mas fala pro Cleber que geralmente animais dessa especie gostumam ter asas e mta vontade de voar!
    bjos

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  3. Lis, eu to indignada!!! A Maura não ia daro Fofão?
    A lei da oferta e da procura falou mais alto aí...
    Eu tenho um cachorro atentado...a Gabi, mas acho que todo animal entende tudo que a gente fala!!!
    Eu já passei de dona à Dona de estimação...


    Cris, Imagina o auê na cidade?
    Um monte de gente batendo no portão pra ver o passarinho querendo visitá-lo.
    Ainda virou celebridade...

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  4. Olá Ana,
    Bom dia...

    O que me deixou estupefado nessa história do Fofão foi o fato da Maura querer doar o Fofão e depois que ele fugiu -encontrando um novo lar- querê-lo de volta. Ainda disse à ela: Maura você não queria dar o Fofão?? Então, agora ele tem um novo lar. E ela responde: Mudei de idéia, eu sou a dona e gosto dele.

    E contudo, continuo afirmando que só há mesmo duas maneiras de alguém valorizar o que tem: Uma é lutando muito para obter, e a outra é perdendo para sentir a falta que faz.

    E falando em ganhos e perdas: Aqueles selinhos que aparecem nos blogs foram criados pelos próprios bloguistas, e de início eram ofertados a outros bloguistas indicados, ou seja: Quem criava o sêlo indicava outros seis ou sete blogs que faziam jus ao sêlo, quem recebia ficava com a missão de repassá-los a outros seis ou sete blogs conforme as normas estabelecidas pelo criador do sêlo. Era uma forma de interagir uns com os outros. Foi uma moda que passou, agora estão apenas ofertando-o, como eu neste momento estou presenteando-a com o sêlo: ESTE BLOG É SUPER FOFO. (Basta copiá-lo do canto direito do meu blog).

    Quanto a Bowie e a Gabi parabéns, pois já me disseram que todo aquele que não gosta de animais não é gente boa. E de fato, já pude ver que é mesmo a mais pura verdade.

    Um bom começo de semana...

    ps. E parabéns, porque escreves muito bem. É evidente que tens o dom de soltar as suas palavras com muita graça, lógica, sequência, e harmonia. És um grande ganho literário.

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  5. Luciana Bicineri21/2/11 12:32 AM

    kkkkkkkkkk .... Anita estou rindo até agora....o segredo era facil...um espelho bem grande e ele voava de volta para o espelho...kkkkk...to apaixonada por eles!!!Lu

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  6. Caraaaiooo Lis, vc é apetitoso no teclado heim!! Sugiro vc inventar um blog pra vc, meu...!! Fica ai alugando o blog da "Mina Doida Jones" em busca da Calopsita perdida!! Este espaço é de "comentário" e não de "conte tbm a sua história". Pega leve!! Ohhh "Doida Jones" gostei da aventura heim ... com certeza devem perguntar de vc e do Passarinho (Pitusquac fujão) até hoje!!hehehe

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  7. Rs... Oi anônimo! Obrigada pela visita!
    O Lis escreve muito, e acredite, tem um blog tb... muito bompor sinal!!!
    Ainda hoje, todo mundo pergunta do fujão...
    Bjs

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  8. Era eu pô! Ass.ex-anônimo!!! hehehe

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  9. O meu Kiko ( calopscita) voou ontem e sumiu, estamos muito tristes, aqui em Paulinia-SP - Ele cantava ino Nacional e tudo.

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