
Sofro de um mal que atinge a maioria das mulheres, não vou ao banheiro fora de casa. Passo cada apuro por conta disso, que não podem imaginar, porque em viagens eu simplesmente travo. Cheguei a parar no hospital...mas esta é outra história!!!
Como viajei no Natal, já sabem...nem oração pra me ajudar!!! E pra voltar a funcionar normalmente leva uns dias.
Ontem levantei inspiradíssima pra trabalhar. Coloquei um vestido com estampa de oncinha, maquiagem toda glamurosa, sandália de vinil preta com um saltão igual o da Joelma, me achando.
Pra quem conhece São Paulo, quando entrei no Elevado (vulgo minhocão) o piriri foi incontrolável. Sem a menor possibilidade de estacionar em algum lugar, visto que é um viaduto que cruza zona leste a oeste.
Saí do Elevado, me desesperei... olhei os postos de gasolina e não tive coragem de parar em nenhum...lembrei que tinha um supermercado Sonda, no final da Av.Francisco Mattarazzo.
Voei, entrei no Sonda, e claro, a esta altura do campeonato já não raciocinava mais. Peguei o papel higiênico do porta-luvas e o tempo todo pensando: “respira, não se desespera”.
Saí do carro fazendo a marcha atlética, nos trajes já descritos rumo ao interior do mercado... na porta avisto duas esteiras cheia de velhinhas paradas com seus carrinhos vazios esperando a esteira rolar... os arrepios eram cada vez mais fortes. Fiquei cega, arranquei o sapato do pé e saí correndo em direção ao banheiro, toda trabalhada na oncinha com estes cabelos cor de fogo... imaginem a cena!!!
O banheiro era a treva, eu descalço, com a bolsa no ombro, o sapato na mão, pensando que nojo este banheiro imundo, mas melhor que a própria calça...
Saí do banheiro, lavei os pés na pia, sequei com papel toalha, calcei o sapato e só pensava em enrolar a cabeça com papel higiênico pra sair do banheiro e atravessar o mercado.
Coloquei o óculos de sol e fui saindo toda suada como se nada tivesse acontecido... todo mundo olhando com vontade de rir... da moça do banheiro aos caixas.
Claro que estas coisas sempre têm testemunha e na porta do banheiro estava um cara que trabalhava comigo, que assistiu toda a cena morrendo de rir perguntando:
“- E aí Ana, tudo bem?!”
Eu respondi:
“-Melhor não falarmos sobre isso...”rs...