segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nina...


Sempre demonstro minha paixão por bichos, em especial cachorros. Hoje vou compartilhar uma história mais do que triste.
Domingo de sol, almoçamos no Outback com meus cunhados. Um almoço bem agradável em família.
Voltávamos pra casa, era fim de tarde, estávamos a menos de cem metros do nosso destino, em uma ruazinha antes da minha quando tudo aconteceu em câmera lenta...
Uma senhora com uma cadelinha Yorkshire (igual a Penélope que eu tinha) no colo, em câmera lenta desce a cachorrinha ao chão e a solta da coleira... ela vem andando sentido à guia e em câmera lenta penso, “Meu Deus, ela não vai parar”...
No banco do passageiro, assisti a tudo pelo retrovisor...ela desceu da guia direto pra roda de trás do nosso carro... e escutei a Dona gritando:
“- Meu Deus!!! Nina minha filha!!! Socorro!!!!”
Paramos o carro, enfiamos a mulher e a cachorrinha e levamos a uma clínica veterinária.
O marido da mulher chegou em seguida urrando de chorar...
O Cleber verde de tão pálido. Eu temendo mais do que vara verde fazia água com açúcar para todos e rezava pra Deus que não deixasse a Nina morrer ao mesmo tempo em que sabia que ela estava morta, depois de ver seus olhinhos vidrados.
A Sra. gritava:
“- Nina, meu amor, não morre!!! A vovó ta aqui!!! Ela sempre anda sozinha, sem coleira...”
O Sr. chorava e dizia:
“- Acabou tudo, minha vida acabou!”
Que merda! Que tragédia!
Como é que faço pra voltar no tempo e atrasar ou adiantar cinco minutos a passagem do carro?
Ou ainda, pra iluminar esta mulher pra não soltar a coleira da Nina?
A palidez do Cleber esmigalhava meu coração já destroçado...
Eu sabia exatamente o que àquela família sentia... e sabia que nada faria passar.
Que responsabilidade...que injustiça.
Que fragilidade...
Que coisa mais linda, acabava de morrer diante de meus olhos por uma fatalidade.
Ficamos até o final, a Sra. saiu com o corpinho da Nina em uma caixinha pra enterrar no jardim.
Sentia tristeza, compaixão, ânsia de vômito, dor de barriga, vergonha...
Sabia que não éramos culpados, mas sentia o peso da culpa.
Perguntei pro veterinário chorando muito, o que é que se fazia nesta hora.
Ele respondeu:
“-Vocês fizeram o certo, prestaram socorro!!!”
Na clínica, tinha um gato cinza com insuficiência renal dentro de uma jaula com um daqueles chapéus de abajour... ele encostou na grade, miou, eu coloquei meu dedo na cabeça dele e ganhei uma lambidinha que dizia “não chora mais...”
Voltamos pra casa.
A imagem do acidente, ainda vem à minha cabeça a cada cinco minutos.
Aqui, peço perdão à família, e principalmente a você, Nina... tenho certeza que sua vida era linda...e que agora você foi pro céu, virar anjinho de Papai do Céu junto com a Penélope e a Dorinha.
Triste...

4 comentários:

  1. Oi Ana, me perdoe a falta de visitação, durante o dia a correria e à noite o sono que me invade, rs. Hoje prometi ficar acordada e entrar na net pra me atualizar.
    Pra ter o contador você entra no http://www.histats.com/ e lá faz um cadastro, daí tu escolhe o tipo de contador que quer, eles te dão um código html e vc inclui um "gadget" no layout do seu blog e pronto, se não entendeu, qq coisa me add no msn que eu explico: sheila_capra@hotmail.com Só mencione que é vc pq sou muito assediada no msn....hahhaha, mentira..só pra descontrair@

    Beijos

    ResponderExcluir
  2. São esses imprevistos Ana que fazem o nosso presente ter movimento. É por essas e outras que sempre é bom estarmos ligados no que estamos fazendo, para que só bençãos nos atinjam.

    Cumprimentos.

    ResponderExcluir
  3. Ana

    As fatalidades acontecem e fazem parte do nosso presente. Apenas que eu não consigo entender o porque de certas pessoas exarcebarem tanto um amor dirigido aos animais.

    Gente que pega um cachorrinho e diz que é seu bêbe, que beija-o na boca, e coloca-o para dormir sua própria cama.

    Eu penso que um animal irracional é um animal irracional, e esse fato faz pensar que somos nós que temos o dever de saber onde esse animal se encaixa, sendo dotado de apenas instinto.

    Eu tenho dois cachorros na minha casa, um pastor e um outro menor sem raça definida. Eles ficam totalmente soltos ao redor da minha casa, totalmente isolada no terreno.

    Eu os quis porque, o pequeno tem ouvido mais sensível e é o que dá o alarme, enquanto o grande é carga pesada e vem logo atrás.

    Mas nenhum dos dois entram na minha casa, e se eu tiver que pegar neles mil vezes por dia, mil vezes lavarei as mãos com água e sabão. Posto que os cachorros possuem sistemas vitais que para nós humanos representa doença.

    Aqui onde moro tem muito cachorro abandonado, e até atropelado, onde são devorados por urubus, e ninguém fica chorando pelo fato.

    E pelo que você descreveu desse acidente
    imaginei que o cachorrinho só suicidou-se. rs

    ResponderExcluir
  4. Puxa vida Lis...
    De fato, as pessoas têm formas diferentes de encarar as coisas.
    Eu faço a linha de que trata animais como gente, visto que o amor e a fidelidade que dedicam a nós, é incondicional... e a possibilidade de traição é inexistente. Por isso os acho dignos deste tratamento.
    Concordo que trazem doenças, mas os humanos também...
    Sobre os cachorros de onde mora, atropelados sendo comidos por urubus, faz parte do cotidiano de um país onde pessoas vêem crianças dormindo ao relento, congelando de frio, ou mesmo se prostituindo e nada fazem...
    O cachorrinho suicidou...
    O que não torna a cena menos triste...pra alguém como eu, que não mata nem formiga.
    Concordo com a parte de que são animais, mas entendo que a irracionalidade maior foi da dona que a soltou da coleira.

    Ainda sobre homens e animais, somos a única espécie que mata por vingança... eles só por necessidade da cadeia alimentar.

    Obrigada por ler meu blog. Fico feliz em conversar com você. SEMPRE!
    Bjs

    ResponderExcluir