quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Três anos de casados...


Entendo que ser casado é uma arte.
Sou apaixonada pelo meu marido e não me casaria com outro que não fosse ele...
Mas vamos combinar que se fosse tarefa fácil não precisava de contrato nem de testemunha...
Quando voltei da Lua de Mel, sentia saudades da minha casa, mas minha casa, ainda era a casa da minha mãe... que dureza chegar em casa e dormir numa cama nova.
Pelo menos, eu, demorei a me adaptar... antes morava na ilha de caras, casa da mãe Joana sempre cheia,sentia uma solidão absurda, àquela casa vazia... sem emprego, sem saber fazer nada. Ele, sem um pingo de paciência ou percepção.
Semanas de casada e ainda voltava pra Santo André pra usar o banheiro.
Estávamos nós, dois estranhos morando sob o mesmo teto.
Aproveito pra dizer que sou completamente a favor do teste drive!!!
A primeira janta que fiz casada liguei pro meu irmão mais novo pra saber a receita do arroz, já que ele namorava uma menina que morava sozinha.
Acho que a diferença de criações leva os recém casados a brigarem por causa de um copo de água na cabeceira da cama, ou cortar papel com a tesoura de cortar cabelo, ou simplesmente porque um se secou com a toalha do outro ( não que tenha me acostumado com a idéia apenas acho que é possível relevar).
Eu que sempre tive tudo na mão na casa da minha mãe, aprendi que só tomaria meu próprio remédio se pudesse levantar para pegá-lo.
Que dormir juntos todos os dias é difícil, e que dividir o cobertor mais difícil ainda.
Que se um se mexe, o outro não dorme, e que se esse um não se mexe, quem não dorme é ele.
Que os dias de bom e mau humor não coincidem, e que vez ou outra talvez o humor esteja em sintonia.
Que as suas prioridades agora são outras...
Que depois de casados, o único lugar pra soltar um pum em paz é no carro, dirigindo...
Que Danone e Papel higiênico custam caros.
Dimensionar o supermercado para dois é matemática, desde que sua empregada não assalte a geladeira.
Aprendi que as pessoas têm formas diferentes de amar, e que isso não significa amar menos.
Que no mesmo casal os sentidos se cruzam, e enquanto um é completamente sinestésico, o outro é visual. O que torna a relação complexa e misteriosa.
Assistir TV de final de semana pode ser uma missão impossível.
Eu encosto meu pé nele e fico me mexendo, mas porque sou assim, inquieta... preciso ficar encostada nele pra me sentir próxima... e ele fica bravo, porque não paro quieta.
Ou ainda, é fim de semana, eu assisto TV e ele passa horas na net. Fico chateada...enquanto pra ele está tudo bem porque eu estou ali.
Hoje, assistimos Tv juntos, eu com o pé encostado, tentando não me mexer...e se for ficar muito na net, ele pega o notebook.
São fases...lua de mel, arrependimento, adaptação, aceitação, compreensão, aprendizado... novamente a paixão.
Acredito que é possível se apaixonar várias vezes pela mesma pessoa.
Fico admirada com a história, com o tempo que passa rápido e ao mesmo tempo devagar. Somos mais fortes juntos, penso em tudo que fizemos e construímos...com o quanto sinto sua falta durante o dia, e o quanto quero me tornar uma pessoa melhor, cada dia mais, por nós.

2 comentários:

  1. Olá Ana...

    Ando meio sumido por estar envolvido em um novo projeto importante para configurar ainda mais a minha vida junto com a esposa nos próximos anos.

    E falando em casamento, esposa(o) e afins, noto que seu texto ficou bem expressivo e verdadeiro no que tange ao nosso dia-à-dia de casados.

    Existem pessoas que se casam apaixonadas, e com o tempo vão se certificando dentro da realidade que a coisa não era exatamente como se pensava.

    Esse é o tipo de Amor-ocidental, onde começa no ápice da paixão, e depois vai esmorecendo com o passar do tempo.

    É diferente do Amor-oriental onde começa muitas vezes até sem um gostar o outro, e vai crescendo conforme a convivência.

    No meu caso acho que foi mais para oriental do que para ocidental, pois deixei uma paixão de lado para me casar pensando em construir família, recompondo aquela minha família original que foi desmoronando pela ação incansável do tempo.

    Gostei das suas palavras.

    Parabéns!!!
    Menina Ana!

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  2. Nossa...dinamica dificil essa do casamento né?!
    Quando me casei e voltei da lua de mel, senti a mesma coisa. Eramos dois estranhos dividindo o mesmo teto, a mesma cama e o mesmo banheiro. Ele aprendeu a comer arroz com feijão e eu feijão com arroz, é a mesma coisa, não é?! Eu acreditava que sim, mas os dias de casamento me ensinam que não e que estar casado significa jogar o jogo do conceder todos os dias. Tem dias que perco e dias que ganho. Paciência é assim que é.
    Mas sabe, com ele faria tudo "dinovo" outra vez.
    amei o post amiga, parabéns.

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