quarta-feira, 26 de maio de 2010

Monólogo da amizade...


Siceramente não consigo entender a frieza com que as pessoas tratam o tema amizade.
Num dia, fazem parte da sua vida, frequentam sua casa, dizem que amam , chegam até a agradecer pelos caminhos terem se cruzado...trocam confidências, juras secretas, intimidades... compartilham opiniões e afinidades. Criam uma história.
Noutro, sequer atendem a um telefonema. Agem de forma mesquinha, quase escrota...
Fazem fofocas, comentam as confidências trocadas outrora...
Trinta anos e ainda me surpreendo com a capacidade que as pessoas têm de usarem umas as outras.
Meu marido diz que preciso aprender a não esperar nada de ninguém. Desta forma não me choco, e na melhor das hipóteses me surpreendo.
Mas ainda não consigo...
Chego a hesitar em aceitar qualquer movimentação mais próxima, mas acabo me entregando.
Basta uma afinidade!!!
Ando triste com isso... sei que sou estranha, boca suja, sincera demais. Sei que falo demais, que chamo atenção demais, que sou mimada demais, que trabalho demais.
Sei que não gosto de falar ao telefone, que tenho genio forte, que posso ser influenciadora.
Mas acima de tudo, sei que sou uma boa amiga...
Sou parceira, sou sincera... sou boa filha, irmã, esposa...jamais deixaria uma amiga sair de casa baranga... nem mesmo ser mal tratada pelo namorado...nunca deixei ninguém na mão.
Não tenho preguiça em ajudar, nem medo de ouvir críticas ou sugestões.
Vivo um conto de fadas no mundo real, e incluo nele os meus amigos.
Mas não sei onde erro...
Fiz até terapia pra entender isso, e sempre acabo no assunto, por que pessoas muito presentes desaparecem da minha vida com frequência, sem dizer o porque.
Demoro pra me desvincular...
Ficam as fotos, as lembranças, as músicas... junto com a dúvida do que foi real ou optei por acreditar que fosse...
Sinto saudades. Sofro de verdade, e com o tempo, normalmente descubro, que na maior parte das vezes, só eu fui amiga... quase um monólogo de amizade...
Um dia aprendo...

3 comentários:

  1. Incrivel,
    separadas ao nascimento!
    Ana, somo pessoas que se doam, realmente não devemos esperar nada em troca, mas somos humanas e como todo, vivemos pelo reconhecimento.
    Eu prefiro sempre acreditar que vai ser melhor e continuar gostando de gente e acreditando em gente.

    bjos

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  2. Ai, ai, ai... Vamos nos conformar, infelizmente o bicho homem parece mais bicho que homem!
    Eu acredito que em nossas vidas fica quem é verdadeiramente nosso amigo, fica quem tem que ficar e não quem queremos que fique.
    como na maioria das coisas da vida, os relacionamentos existem para aprendermos, porem alguns aprendemos muito rapido e eles se vam.
    Enfim, vamos aprender a gostar de quem gosta da gente, quem some, trai, fala pelas costas etc. não nos merece!

    Muitos beijos
    Luis Guasco
    opiniaodoguasco.blogspot.com

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  3. Pois eh, a raposa e o lenhador...
    Hoje mesmo estava aqui me questionando com relação a amizade, acredito nela, sim acredito e me dou dessa forma, sem esforço e sem medida... me entrego verdadeiramente ao ponto de esquecer até de mim, a favor de um amigo... estou vivendo isso agora...
    Tenho uma cartomante, que hoje considero uma amiga... e ela me diz que o ser humano não está acostumado a ceder, ele normalmente empresta e por isso acaba sofrendo, pois ele não cede amor, amizade... ele empresta, esperando algo de volta...
    Tenho tentado não esperar nada em troca... tenho tentado entender que as pessoas são diferentes e para elas simplesmente as amizades não são tão importantes e podem ser descartadas... mas confesso, não é simples assim...
    Mas continuo sendo assim, amando aos meus amigos e acreditando que sendo assim, ao menos sou em mesma...
    Kisses

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